preloader
Edit Content

Sobre

Mais de duas décadas dedicadas ao diagnóstico e tratamento das patologias do aparelho digestivo.

Informações

Endoscopia Digestiva Alta na Cirurgia Bariátrica

A obesidade tornou-se epidemia e está associada a várias doenças, inclusive o refluxo gastroesofágico.

Os pacientes obesos apresentam risco aumentado de hipertensão arterial, diabete, doenças pulmonares, colesterol elevado, doenças cardíacas, doenças malignas, artrites, apnéia do sono e problemas psicológicos. Estas doenças associadas determinam aumento da mortalidade.

Os exames endoscópicos nestes pacientes obesos podem ser complicados, e desta forma, princípios básicos devem ser observados para garantir um exame eficiente e seguro. A sala da endoscopia deve estar bem aparelhada, com endoscopista treinado, medicações adequadas para a sedação do paciente, de preferência assistido pelo profissional anestesista.

Alguns cuidados antes da cirurgia:

Avaliação clínico-laboratorial com exames de sangue

Radiografia de tórax

Ultra-sonografia e ou tomografia do abdômen

Avaliação cardiológica

Avaliação de função respiratória

Endoscopia digestiva

A cirurgia bariátrica modifica o formato do estômago e intestino com o propósito de dificultar a ingesta de grandes quantidades de alimento e diminuir a capacidade do organismo de absorver estes nutrientes. O exame de Endoscopia Digestiva Alta (EDA) é sempre solicitado pelo médico cirurgião,  pela possibilidade de encontrar condições que precisam ser solucionadas antes da cirurgia ou mesmo alterar a técnica cirúrgica. Por isto, é recomendável a realização rotineira do exame endoscópico (EDA) pré-operatório nos pacientes que irão se submeter a cirurgia bariátrica para tratamento da obesidade mórbida, mesmo na ausência de sintomas digestivos. Há estudos que demonstram doenças no exame da endoscopia em até 80% dos pacientes assintomáticos (sem sintomas).

Os achados endoscópicos mais frequentes são hérnia hiatal, gastrite, esofagite, úlceras gastroduodenais e esôfago de Barrett. O estômago é o segmento mais acometido em até cerca de 80% dos casos. A presença da infecção do H. pylori nos indivíduos com indicação de cirurgia bariátrica varia na literatura de 10 a 30% dos casos. Recomenda-se sua pesquisa e tratamento pré-operatório, pois está associado com maior incidência de câncer gástrico e de úlceras no local da cirurgia.

Após a cirurgia bariátrica náuseas e vômitos são as queixas mais comuns e frequentemente estão associadas a dieta inapropriada ou à não obediência a recomendações de boa mastigação, evitar consumo de líquidos durante as refeições (esperar 2 horas após a ingesta sólida) e fazê-las calmamente, em ambiente tranquilo. O médico endoscopista será chamado na persistência dos sintomas para avaliação. endoscópica e nesta circunstância deverá ser considerada a presença de úlceras e estenose da anastomose (estreitamentos).

A incidência de úlceras ou estenose da anastomose (estreitamentos) tem sido relatada de 5% a 20%. Também, pode ocorrer impactação da comida, com indicação de retirada do alimento pelo endoscopista.

Recomenda-se que a endoscopia digestiva alta deva ser realizada em todos pacientes em pré-operatório de cirurgia bariátrica, principalmente para verificar a presença ou não do H. pylori.

?Sistema de classificação baseado no índice de massa corporal

(IMC: peso em kg dividido pela altura).

IMC entre 25,0 e 29,9 – sobrepeso

IMC com mais de 30 kg – obesidade

A obesidade é classificada em:

– Alto risco ou classe I (IMC de 30- 34.9 kg)

– Risco muito alto ou classe II (IMC de 35-39.9 kg)

– Risco extremo ou classe III (IMC 40 kg/m 2 ou mais)

Dr. Rubem Castro
Gastroenterologia, Hepatologia, Endoscopia Digestiva alta e Colonoscopia